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  • Por Terapia Morfoanalítica
  • 06 de dezembro de 2023

Corpo, Coração, Consciência

O que acontece com nossos pacientes quando ajudamos a reconectar com a vida sensorial desde a pele até os ossos?
Na clínica encontramos muitos corpos desabitados ou parcialmente habitados.
Uns vivem no corpo dos outros, através dos outros, numa identificação mimética patológica.
Outros ainda se encontram refugiados em conchas autísticas que nem eles nem ninguém podem acessar. Várias regiões corporais estão sem presença, transformadas em verdadeiros desertos áridos. Às vezes o EU está escondido em algúm cantinho enquanto o espaço está ocupado por um Superego assustador e onipotente. Em muitos casos um falso-self está ocupando o lugar do verdadeiro EU, reprimindo a expressão espontânea das sensações e sentimentos, organizando uma rede de pseudo-sensações superficiais. É o domínio da artificialidade e da pobreza sensorial-emocional.
O que acontece quando conduzimos nossos pacientes a explorar esses territórios do seu espaço interno e a reocupá-los? O que acontece quando ajudamos a reconectar com a vida sensorial desde a pele até os ossos?
Este é o momento crucial quando o corpo real do presente se encontra com o corpo afetivo do passado. Habitar o próprio corpo se torna um eixo central do processo de integração psique-soma. A localização da personalidade no próprio corpo é uma tarefa complexa que depende da integração dos corpos físico, sensorial e emocional para construir uma unidade forte e flexível, firme e sensível, que chamamos a Unidade Psicopostural. É esta unidade que precisa ser reparada.

Serge Peyrot